Listen to Poesia de Ferro (feat. Xoto) by Omiri

Poesia de Ferro (feat. Xoto)

Omiri

Singer/Songwriter

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Music Video

Poesia de Ferro
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Credits

PERFORMING ARTISTS
Omiri
Omiri
Performer
COMPOSITION & LYRICS
Xoto
Xoto
Lyrics
Vasco Ribeiro Casais
Vasco Ribeiro Casais
Composer

Lyrics

Lai, lai-lai, lai-lai, lai-lá-rai Setúbal não é só choco, moscatel e praia Deixem-me que vos conte outra realidade Um estuário que em teoria é protegido Mas na prática é uma área Que fica à margem desse delineado Estiva, Sapec, Setnave e Portucel Quantas famílias vêm dos bairros operários Aprenderam com os pais, filhos são prioridade Mais tarde é que se aprende o que passaram na pele Uma costela de Aveiro, Silves e Alentejo Avó no quintal plantava comida pa' sete filhos Eu venho das mulheres das fábricas da conserva E dos naufrágios da pesca do meu avô Carriço Nasci pequeno-burguês, privilegiado (privilegiado) Mas só porque já comi à mesa com todas as classes Achas que eu por ser média não sei o que é miséria? Queremos todos o mesmo, vidas com dignidade Trago a cabeça aberta Lai, lai-lai, lai-lai, lai-lá-rai Que me abriu uma barrena Vê lá, vê lá companheiro, vê lá! Vê lá como venho eu Sou classe operária, poesia de ferro Faço o meu trabalho, ando de cabeça erguida Que a Dona Olinda não criou nenhum lambe-botas Não preciso de mandar abaixo pa' me manter ao de cima Ajudo quem precisa, não peço nada em troca Se todos se ajudarem, também me custa menos Andamos todos ao mesmo, disse-me a velha escola Se a malta 'tiver unida, connosco ninguém goza Metes a vida na mão de quem te aperta o arnês Quanto mais forte o laço, mais força faz a corda Uma família é uma equipa e vice versa, não vês? Que entre nós há desabafos que aliviam as costas Eu sei bem o que é que custa acordar Pisgo pa' um buraco onde davas tudo pa' não 'tar Depois de uma noite a sonhar que ainda 'tás a trabalhar Companheiro, esta música é pa' ti! À nossa! Trago a cabeça aberta Lai, lai-lai, lai-lai, lai-lá-rai Que me abriu uma barrena Vê lá, vê lá companheiro, vê lá! Vê lá como venho eu Querem-me ver a passar uma vida inteira a trabalhar A suar como um desgraçado, agarrado ao rodo e à pá (ah) Chegar a casa cansado, mais pa' lá do que pa' cá Todo apertado a ver um filme, apago já no sofá (Não há) energia pa' mudar, a tendência é só repetir Dedicar-me a alguma empresa que me vai substituir Mal envelheça em demência, isto é, se chegar à reforma Chama-se nó na garganta (Porque há quem só folgue na corda) Não admito que critiques o meu povo à minha frente Porque eu vejo bem o que não se quer ver Por trás de um brutamontes há um menino Que foi obrigado a embrutecer A gente aprende a prender o choro Porque alguém tem de o fazer pa' isto se manter de pé E o que é mais patético É que à pala de quem se sacrifica Quem critica passa a vida em fantasia Porque num processo revolucionário a sério Só morria se caísse este império Trago a cabeça aberta Lai, lai-lai, lai-lai, lai-lá-rai Que me abriu uma barrena Vê lá, vê lá companheiro, vê lá! Vê lá como venho eu Eu trago a camisa rota Lai, lai-lai, lai-lai, lai-lá-rai E sangue de um camarada Vê lá, vê lá companheiro, vê lá! Vê lá como venho eu Lai, lai-lai, lai-lai, lai-lá-rai
Writer(s): Pedro Peixoto, Vasco Ribeiro Casais Lyrics powered by www.musixmatch.com
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